Uma amorosa reflexão sobre como a vida pode ser dominada por desejos e prazeres produzindo um jogo de aparências e ilusões
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Viver nesse plano não é fácil. Mas pode ser muito divertido. Basta esforço para entender o que se deve fazer. Imagino você já pensando milhares de coisas sobre missão, função, objetivos no mundo e decisões a tomar... pare! Basta viver. Ser! É só isso.
Mas a vida não é simples assim, não é mesmo? Muita coisa para ser e parecer. Ter sucesso, razoável dinheiro, a família perfeita, ser amado, ter alguém para amar... ou parecer que se é ou que se tem tudo isso, pois afinal, a felicidade é algo de fato real para você ou é apenas aquilo que você acha que seu vizinho pensa de ti? Eis a questão!
A vida é a arte de a tudo experienciar mas a nada se apegar. Uma brincadeira, um teatro de atores renomados, que interpretam uma louca e infinita história. Um elenco onde todos atores são ganhadores de muitos prêmios, mas todos dados por si mesmo. Uma confusão. Uma guerra de egos.
Nos achamos a melhor pessoa do mundo, a mais amiga, a mais justa, a mais honesta, a mais correta, a mais santa, a mais bem-sucedida... as vezes até se acredita que se é a pessoa que melhor ama o próximo. A melhor experiência, o melhor sexo, o melhor tudo que o outro pode encontrar... nos vemos com um amante perfeito, sem nem sequer perceber que o melhor amante é aquele da hora de maior desejo, pois o desejo insaciável que é, se parece com uma refeição: a melhor é sempre aquele da hora de maior fome.
À esse ato de se auto-enganar criando um Eu, você pode dar o nome que quiser. Uns chamarão de ego, outros chamarão de Id, outros ainda dirão que pode ser um outro “eu”, um alter ego que assalta a razão e faz coisas absurdas... uma pulsão de vida as vezes de morte, mas no final será apenas ilusão. Um eterno esperar por um sentido de vida, uma razão ou simplesmente, algo para chamar de Eu. Que confusão. Que dor. Angústia que parece não ter fim. E não tem mesmo, até que voce decida parar.
Passamos a viver um pesadelo de perguntas que precisam de respostas e de decisões a serem tomadas sempre em urgência, mas sempre com objetivo de parecer feliz, parecer realizado ou parecer satisfeito, mas não de necessariamente ser; É a volta da angústia de mostrar aos outros o que não se é, e de bajular um alguém que nunca existiu. Ora, ora.. quem será você quando ninguém te olha? ....Ora, Ora.. quem será você, quando você, não se olha?
A mente e a consciência se transformam então em uma máquina de ações e reações, onde as experiências são sempre desprezadas e apenas o resultado que geramos no outro passa a ter algum valor. Esperamos sempre ver a nossa felicidade na aprovação do outro e medimos essa felicidade pelo quanto, o outro, se incomodou ao nos notar.
Será que o outro me vê assim feliz ou me vê triste? Será que me veem?
E quando se desperta, lá está você, afogado e escravizado no sofrimento desta ilusão de viver pela opinião do outro, sendo que, nem sua própria existência você conhece.
Sabe de onde vem esse sofrer? Do fato de nos esquecermos de Deus. Lembramos apenas daquilo que queremos e quando queremos. Esquecemos do privilégio que é estar aqui neste plano para experienciar as belezas e virtudes que Jesus aqui nos oferta para nosso despertar.
Esquecemos ainda de que não há certo nem errado, nem permitido ou proibido. Sucesso, paixão, tesão... são apenas conceitos que a cada dia reafirmamos na realidade da ilusão que escolhemos viver.
Apenas o Ser existe. Seja!
Compreenda que tudo que você imagina, vive ou sonha está baseado em conceitos e memórias que os outros te deram. Do seu nome a sua fé, nada é novo. Tudo lhe foi dado, e de segunda mão.
Percebe também agora que, deste ponto de vista, todo seu esforço para chegar a algum lugar é apenas mais um lugar que os outros esperam que você esteja? Entenda, definitivamente, que pior do que não se sentir feliz e pleno, e já ser feliz e pleno, e não acreditar.
Divido com você algumas reflexões::
Por que felicidade pra você não pode ser algo diferente do outro?
A definição de bem sucedido para você não pode ser diferente de todo mundo?
Amar e ser amado pra você não pode ser algo simples, leve e sutil?
Fama, fortuna e prazer não podem ser para você algo diferente?
Com base no que você toma suas decisões e se define feliz ou não?
O que você faz é para fazer a quem feliz?
Você é feliz?
Quem é você?
Ao lhe convidar para analizar suas respostas, talvez você descubra que nem a sua própria vida você está vivendo. “Morreu” e não percebeu!
Como o milagre que a consciência é, agora você é capaz de responder se as suas aparências enganam aos outros ou lhe distraem como um fetiche mórbido.
Depois de isso ponderar e aceitar, você descobre que as aparências só enganam ou distraem a quem a isso se presta. É a ilusão da ilusão, pois os desejos e prazeres apenas servem para lhe fazer buscar uma coisa que nunca foi preciso, porque você já a tem. É o desejo fazendo o que faz de melhor: te humilhar.
Você tem a sensação de decisão e de busca constante porque vive insistentemente se afastando de Deus, ou seja, se afastando de você mesmo e de sua verdade. Encerre a rebeldia de não querer acreditar que você é parte de Deus. O fato é simples: você existe porque Deus existe, e Deus existe porque você existe.
Imagine Deus como uma folha de papel e você como um buraco nesta folha. O buraco não é a folha em si, mas sem a folha, o buraco não existiria. Deus é parte de você. Não é possível estar desconexo de Deus.
Todo o seu sofrer, angústia e busca é para descobrir o que você já é. Divirta-se e alegre-se com seu engano. A vida também é isso. Rir de si mesmo.
Talvez confuso você deve estar agora pensando: então não preciso fazer nada?
A resposta a sua pergunta é simples também: Você precisa somente fazer o necessário. Se mantenha em Deus, descanse em Deus, e os caminhos passarão pelos teus pés.
Pare e reveja sua vida, e perceberá que sempre que houve uma evolução real da sua consciência e do seu viver, foi quando você se aproximou de Deus e, com calma e tranquilidade, simplesmente, existiu. Viveu!
Compreenda que a melhor ação é aquela que traz benefícios e méritos à todos os seres. Confie e acredite que o melhor sempre ocorre.
Entenda também que não há nada à ser feito e nada pra ser vivido pois somente o agora existe. Busque levar a todos felicidade, verdade e amor, e assim sua imagem estará sempre refletindo a imagem de Deus.
Isso não criará inveja em ninguém, nem disputas internas em ti. Será o contrário. Sua paz será motivo de reflexão e amparo aos seus irmãos, pois você finalmente aprendeu a viver sem a vida se apegar, pois o desapego não se refere a abandonar nada material. O desapego real é o abandonar daquilo que você acredita ser.
Faça isso é você rapidamente perceberá quem é você. Perceberá também que você não é essa mente, nem esta consciência e muito menos este corpo.
Analisando a você mesmo, você descobrirá que você é o espectador supremo que assiste a maravilha da vida, que aprende com as sensações e os acontecimentos, e assim, como todo espectador, ao fim de cada “espetáculo“ você sai apenas satisfeito, sem nenhum apego ou pesar daquilo que assistiu.
O apego a si mesmo é fanatismo e loucura , não consciência.
Pronto! Tudo está dito. Agora com esta reflexão que amorosamente é dividida com você, voce possui a liberdade de com ela fazer o que bem desejar. Você é e deve se manter livre.
Poderá também ponderar e refletir sobre o seu viver, e como resultado, perceberá que não há mais mistérios, e que suas decisões, devem ser sempre tomadas pelo caminho que Deus lhe mostrar através do canal direto que há entre vocês: O seu coração.
Bem-vindo à Verdade. Bem-vindo a você.
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