Uma narrativa amorosa sobre nossa relação com Deus através da simplicidade dos nossas palavras, pensamentos e ações
Um dia você descobre que em sua casa uma aranha vive.
Todos os dias você a olha e se admira com sua capacidade de criar teias tão milimetricamente construídas, com detalhes, armações, suportes… Uma obra prima por várias razões.
Vocês se habituam um com outro e em horas vagas, chegam a literalmente passar horas se observando, como que se falassem, entendessem e se admirassem por razões que apenas cada um de fato conhece.
Você nota que aquela aranha pequena vem crescendo, ganhando corpo, forma, cores e agilidade. Você também decide que à ela você ira zelar, e pronto: Se manifestou o amor.
Acredito que você já esteja pensando que absurdo seria estabelecer uma relação de amor entre uma aranha e você, mas sim, é amor. E dos mas puros que você encontrará, pois nenhum espera nada do outro. Você apenas a quer bem, viva e estranhamente ali, ao seu lado. Sem expectativas, sem apegos. Só o ser. Você nem se quer cogita que ela não lhe perceba ou que ela não lhe pertence. Pois isso não importa.
A árvore que ela mora e que você queria trocar de lugar já não será mexida, porque você não a quer aborrecer nem em risco colocar. Você agora quando está no quintal já não o varre apenas ao acaso, mas também o faz em busca de algo que à aranha possa ser dado como alimento. E você sempre acha.
Você chama seus filhos, chama sua esposa e juntos em uma euforia de amor e atenção dão a aranha o inseto que encontraram para ela vocês verem feliz. E ela aceita com o mesmo amor que vocês deram! Ela também com o mesmo amor parece fazer malabarismos ainda mais incríveis, rodando o inseto com suas patinhas tão pequenas mas tão poderosas!
Ela parece mostrar com alegria até por onde a mágica teia sai de seu corpo, formando um casulo enorme em volta do inseto em segundos, e em um salto absoluto, que em proporções seria digno de um verdadeiro Deus, ela volta ao exato centro da teia e parece ali descansar e de novo lhe observar como quem diz: E ai? O que achou? Gostou?
Inocente e mágico. Isso que é o amor.
No outro dia ela some! Ah que tristeza! Será que foi comida por um dos inúmeros pássaros, macacos ou gambás que por aqui passam? Teria seu tempo acabado? E no chão você se vê procurando uma aranha morta…. Mas nada disso! Lá estava ela, impressionantemente maior e ainda mais linda, dois galhos abaixo da árvore. Ela estava aumentando a teia que já estaria pequena para ela que tão rápido cresceu.
Estava ela lá, lutando e construindo, reformando, ajustando… trabalhando para ter o que comer e onde bem viver. E conseguiu! Maravilhosamente construiu uma teia ainda mais complexa, mais perfeita e maior…como não poderia deixar de ser. E feliz de novo continuamos essa relação de amor e observação. Mais um inseto jogado, mas um dia passado… outro inseto gruda sozinho, mais um dia passado... novamente aumenta a teia, mas um inseto jogado, mais um dia passado... Ela cada dia mais enorme, mais colorida…mais viva!
Mérito meu… ou seria de Deus? hahaha Que deliciosa reflexão!
Seria esses fatos ocorridos para apenas virarem um conto de amor ou seria Deus por mais uma de suas infinitas manifestações nos dando a oportunidade de despertar?
Seria essa a perfeita reflexão de nossas vidas que é feita de lutas, reformas, ampliações, sumiços, aparições…luta por onde morar, por onde viver, por como viver… ter alguém que cuide de nós, e que maravilhas acontecem porque um Deus as lançou em nossas teias?
Seríamos nós como uma aranha que acredita que o mundo é a nossa teia apenas, ou seria ela tão superior a nós que nem sobre isso chega a pensar? Ela apenas é? Apenas existe, e existe apenas no agora?
Teríamos nós a percepção de quem nos joga o inseto? Alguém joga à nós insetos ou eles simplesmente voam até nós? A aranha sofre se nada acontece por muito tempo? Será que basta ampliarmos a teia de nosso coração para que as possibilidades de bençãos sejam maiores e constantes? Somos a aranha ou a teia? Ou somos aranhas em uma mesma teia? Existe aranha? Existe teia?
Como a reposta para todas estas perguntas são sim e não, reflita sobre quem é você. Comece fazendo isso definindo o que você "não é". Pergunte-se sem medo: Quem sou eu?
Você descobrirá que a resposta correta somente chegará quando você começar a responder e entender o que você não é!
Viva como se alguém estivesse sempre olhando por você e para você enquanto você tece a teia da sua vida. Pois de fato há um “alguém”integralmente dedicado a isso fazer.
E se não houver - pois acredite, isso pode acontecer - convido você à isso rápido resolver, pois quem deveria observar e ponderar cada passo que você dá, é você mesmo.
Faça isso também sem se culpar, pois o erro só é erro quando se repete. Até lá é apenas experiência.
Bem-vindo à Verdade. Bem-vindo a você.
PS: A foto deste post é da nossa amada amiga Aranha.
Adorei todas as narrativas de cada post.
Muita reflexão !!!