Um convite ao recomeço através da reflexão das ilusões e desejos
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Aos nossos irmãos e irmãs deste plano terrestre, nossos votos de amor e paz.
O que seria de nós, se não tivéssemos um apego tão forte ao ciclos que abrimos e fechamos compulsivamente?
Cremos que muito provavelmente seriamos apenas amor e paz, afinal é o que já somos.
Compreende isso?
Um ano novo que se inicia, o primeiro dia do mês, a obsessão com os dias da semana, os aniversários, os feriados, as férias… Nem bem um novo ciclo começa e já se esta pensando nos sub-ciclos que abertos serão.
Junto com a necessidade de um novo ciclo abrir, vem também as angústias que criar um ciclo trás em si.
Depressão, crises de pânico, fobias, e toda sorte de transtornos emocionais e físicos se afloram fortemente nestes períodos, em especial na primavera e verão, pois a pressão social, emocional e espiritual imposta a si mesmo é enorme e impiedosa. A sensação de todos felizes, mas eu não, beira o insuportável.
Nestes períodos onde a humanidade como uma manada insana convenciona um ciclo fechar, absolutamente não considera que, para alguns, mais tempo seria necessário para entender o que é estar em paz, e cria-se a obrigação à felicidade.
Mas estar em paz nem sempre isso é possível, pois como humanos que somos, as virtudes e qualidades espirituais e carnais que possuímos nos fazem perecer em alguns momentos por perdas, decepções, dúvidas e fragilidades espirituais e físicas, e a paz e a felicidade são escolhas que devemos fazer a todo momento, e em meio ao caos.
E sabe porque é isso tao difícil estar em paz?
Porque se deseja demais, esperamos demais, e estamos sempre depositando no outro, no destino, e até mesmo em Deus*, a nossa própria responsabilidade de construir felicidade e paz em nosso existir.
*Vale neste momento lembrar que Deus, por convenção de comunicação neste plano terrestre, trata-se da força absoluta que permite a existência e ciência do existir em matéria ou não-matéria, podendo de acordo com outras crenças, outros nomes utilizar, sendo eles de mesmo valor moral, sentimental e de amor.
Aos finais desses ciclos de ilusão que são criados em nossa mente, habitualmente nos comparamos com o “Eu” do ciclo anterior, nos comparamos também à aqueles que jugamos serem referencias, e as cobranças são feitas sem piedade.
Esquecer, ou não saber, que vivemos em um plano de expiações e provações também é fator de geração de angústias, pois esquecemos que aqui estamos, para nesta escola, justa e perfeita que é, aprendermos e evoluirmos em nossa espiritualidade, e que aqui também estamos para preparar condições de evolução aos irmãos que junto de nós aqui estão, da mesma forma, que também é função esperada de nossa parte, preparar moralmente este plano para aqueles que virão depois de nós.
Esquecemos que aqui estamos para fazer a transformação deste plano de expiações e provas para um plano de regeneração.
Logo e portanto, as angústias originam-se da não Atenção* em aprender com as provações que a vida material humana nos impõe.
*Aqui, gostaríamos também de mais uma vez, gentilmente lembrá-los que Atenção, nada mais é do que amor dedicado com toda intensidade a um propósito firmado em Deus.
Esquecemos de exercitar o poder que em nós habita de extrair beleza, e enxergar beleza na criação e nas provações que neste mundo se apresentam.
É uma dura tarefa isso realizar, é um poder que gera, em princípio de seu uso muita dor, mas aprender a ver a beleza de Deus em tudo, dos milagres as tragédias, é aprender a ler de forma clara todos os ensinamentos por Deus à nós aqui oferecidos.
As angústias desta época do ano, veem também do esquecimento do amor contido nestas provações que se apresentam em nossas vidas terrenas, e no vitimismo de estarmos sempre nos colocando em posição inferior, como sofredores, eternamente condenados ao pranto e a dor, quando na verdade, deveríamos ser instrumento de glórias e júbilos do que foi possível aprender com nossas angústias quando delas nos libertamos ou quando por elas passamos, assim como NSJC nos ensinou quando aqui esteve em carne e semelhança a nós.
Acredite, você não é o único a pensar o que pensa e a sentir as dores que sente.
Olhe a sua volta e estenda a mão a seu irmão, e ao ouví-lo, verás a ti mesmo, pois assim Deus fez a nós todos. Semelhantes entre nós e à ele.
Dedica-se tempo para exaltar aos mortos, em um luto egóico sem fim, mas nenhum valor é dado para aqueles que aqui ao nosso lado vivos estão. Isso não é mais luto, é egoísmo disfarçado de amor. Lembra-se da saúde do passado, mas não se dá graças ao estar aqui, mesmo enfermo, mas existindo e podendo amar e ser amado. Isso é ingratidão disfarçada de vitimismo. Percebe-se tudo aquilo que não foi conquistado, mas não se dá glórias à aquilo que se manteve em amor. Isso é descaso, disfarçado de desejo. Se criam resoluções para todo um novo ciclo, mas não se dá graças ao Pai por cada dia que se materializa aqui com belezas e amor infinito, ignorando totalmente o presente. O agora! Isso é a morte, disfarçada de vida.
Porém, ao nos libertarmos delas, dessas dúvidas e angústias, desses hábitos sombrios de fuga, deveríamos dividir com todos os irmãos e irmãs deste plano que aqui conosco estão, o caminho que fora trilhado para tal felicidade e paz. Isso é caridade. Isso é amparo.
Caridade não é esmola; Caridade é amor!
Caridade também não é retórica; É ser exemplo austero de verdade, amor, beleza, felicidade e paz.
É o agir em verdade e não fugir ou se esconder em pequenos atos, mesquinhos de falsa santidade ou afeto.
É seguir uma firme dieta moral, é jejuar de maus atos e pensamentos e não de adotar um estilo de vida da moda, que nem ao certo se sabe porque o faz.
Esta na moda dietas de purificação, mas pode achar na Bíblia sagrada um ensinamento lindo de Jesus em Mateus onde Jesus diz: “Não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai da boca e do homem, pois isto procede do coração… pois o que entra a boca, vai ao ventre e é lançado fora.... porque é do coração que procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias"
Logo, do que vale suas ofertas e sacrifícios se só praticas mal?
De que vale sua dieta, se ages em malícia, destruindo os corações e mentes dos outros?
De que valem suas preces e orações se sua promiscuidade rege seu existir?
Do que vale sua dedicação a métodos, ferramentas, mestres e experiências, se após elas e seus efeitos, vives em pecado e mentiras? ...mas toda essa ilusão também é ensinamento quando voce se olhar e se ver!
Quando paramos e nos vemos em ilusão profunda a um método, em dietas que não entendemos, usando termos que não fazem sentido, nos dando poderes vazios, e ilusoriamente adorando à ilusões, sem notar que isso não nos trás nenhum minuto de felicidade e paz que não seja dentro desse aglomerado de ilusionismos, notamos em verdade que não estamos melhores, e que nossas melhores intenções, perante Deus, não passam de trapos imundos.
Estamos sim é adormecidos em mais uma fuga, de um novo ciclo que se criou para sentido a vida dar.
Logo, toda a angústia e pânico que se sente, vem da possibilidade, mesmo que frágil, mesmo que por um instante, de ver o mundo de ilusão que fora construído com tanto requinte, simplesmente desaparecer.
E ele some! E você se vê em Deus! No vazio do nada precisar e do nada ser.
Você entra em pânico pelo fato de encarar a paz, que voce achava que já habitava em você, mas nem de perto experienciou.
O pânico vem do descobrir que aquilo não era paz. Era o inferno disfarçado de céu, e que voce mesmo criou com suas próprias mãos.
Depois disso encarar em meio a vários eventos de pânico, depressão, recaídas e dúvidas, você se perceberá sozinho no mundo, e entenderás que sempre foi assim. E mais pânico virá, se voce ainda insistir em não perceber, mesmo após tudo isso, que de fato és um Deus, inclusive com um mundo só seu, habitado por seres que você mesmo criou e populou em seu mundo, seguindo regras que você cria e modela a sua conveniência a todo instante.
Reflita sobre isso, e verás, que estas palavras amorosamente ditadas e aqui apenas transcritas, definem em precisão o que é a sua mente humana.
Quando isso você entender, e crer, você também perceberás, que tudo que você criou para chegar até aqui foi uma ilusão. Uma miragem de fuga sem fim, que só acabou, porque você se cansou de correr para fora de você mesmo, mas sempre esteve amparado nessa fuga louca, e nunca fora abandonado, pois por esta razão que podes sempre voltar, a qualquer instante, em quaisquer possibilidades. Baste querer.
Basta despertar para Deus, despertar para sua verdade.
...E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertarás. (João 8)
Verás que ao abandonar isso que você acha ser você, voce não recolherás mais dor na sua existência que fora criada, mas apenas amor, pois não é verdade que daqui nada se leva... Se leva o amor que deu e recebeu, pois isso, o Amor, é a essência da consciência de Deus.
Fugindo, você deu uma volta completa na sua mente-consciência, e chegou exatamente de onde você esta jornada iniciou, quando ainda era imaculado pelos desejos que neste mundo lhe levam a acreditar e perseguir. Esta é a prova da existência desta ilusão: Você nada faz e para nenhum lugar vai. Apenas é.
Você fugiu de si mesmo, fugiu de Deus como um louco tenta fugir da própria sombra, só parando de correr e tentar, quando em loucura maior se vê, e se entrega em gozo e medo de desaparecer, a algo que lhe prenda firmemente na ilusão do que não se é.
Convidamos você para parar de criar novas rotas de fuga, de parar de procurar a chave de sua prisão dentro de sua cela, e de se apaixonar pelo carrasco de si mesmo que você acredita ser. Você já está livre. Acredite!
Ao aceitar este convite, você estará se aceitando, parando de criar ciclos ilusórios, e se vendo e se entendendo na magnitude da loucura que você se coloca ao buscar você mesmo, fora de si.
Perceberá que apenas aceitar e fazer o que se precisa fazer, é o limite máximo da liberdade que este plano oferece antes da liberdade definitiva da matéria, que ocorrerá, ao seu tempo e modo, quando em Deus sua missão neste plano concluída for.
Verás que tudo que desejas é apenas para dar um sentido, uma missão a sua existência.
Mas ai surge nova questão: Qual minha missão?
A resposta é também simples: Nenhuma, apenas ser e estar atento à aquilo que lhe tira de você mesmo. É se livrar dos vícios e hábitos, materiais e espirituais que se formam em sua mente-corpo-consciência, lhe afastando de Deus.
Entenda definitivamente que estamos aqui, única e simplesmente, para amansar nossos espíritos da rudeza carregada por tanto tempo, nos colocando à prova de tudo aquilo que nos afetou e corrompeu durante tantas vidas, tantas existências neste e em outros planos.
Se tens dúvidas, basta perceber em sinceridade e honestidade, que tudo que a voce se apresenta neste plano é uma prova, e que todos, absolutamente, todos os momentos de felicidade (não confunda com histeria, euforia ou alucinação), se deram em verdade, quando você nada fez, apenas existiu em Deus.
Bem-vindo a verdade. Bem-vindo à você.
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