Uma profunda reflexão sobre a origem dos vícios humanos
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Não é pelo sabor exótico do tabaco. É pela companhia que ele te faz.
Não é pela sensação da ilusão que a droga cria. São pelos momentos onde você não precisar ser.
Não é pelo gosto da bebida. É pela sensação de não pensar nos problemas. É para se sentir estranhamente mais feliz e descontraído.
Não é pela emoção da jogada. É sobre sentir uma emoção que você decidiu não querer achar em nenhum outro lugar.
Não é pelo prazer do sexo. É para reafirmar o ego de um alguém do qual você tem dúvidas e pouco entende.
Não é para o comprar para ter a alegria de uma coisa nova. É apenas para amansar uma angústia que não se sabe de onde vem.
Não é a comida pelo prazer do sabor. É a comida para enterrar toda a ansiedade das dores e angústias, que insistem em sempre voltar.
Também não é só mais um retoque no corpo, um "já que vou fazer isso...faço isso também”, se decide fazer para parecer mais jovem e feliz... É a estética como fuga ao medo da maior ilusão de nosso plano material: O tempo.
Não é porque sua religião lhe aproxima de Deus -pois ninguém e nada lhe aproxima de onde você já está - é somente pelo conforto de à um Deus você poder culpar e cobrar seus desejos sem fim.
Não é apenas para dormir, ou dormir melhor ou mais rápido. É um remédio para se desligar de tudo e de todos. É remédio para uma coisa que parece não ter cura. Que nunca termina, e quando você se der conta, será um remédio para dormir e outro para acordar; Ora, porque não despertar?!
Sedutores, traidores, sorrateiros e ilusórios: Assim são os vícios.
Vícios também são delicados e sutis, e esses são os piores. São como os venenos que vem em potes bem pequenos. Poderosos e cruéis.
Vícios sutis, estão naqueles hábitos inocentes de todos os dias, como comer a mesma coisa, beber a mesma coisa, no mesmo lugar - ou de não comer e beber as mesmas coisas - em não dar ouvidos aos irmãos, de sempre estar com pressa... estão na insistência, em sentir sempre a mesma angústia e o mesmo sofrer.
Vícios sutis são praticamente invisíveis quando não os olhamos para eles com a devida atenção. Lhe cozinham em uma água que você foi colocado dentro, quando ela estava ainda deliciosamente fresca. Eles lhe consomem e você não sente.
Moram onde jamais você pensou encontrá-los.
Habitam na origem do seu nome, no nome que você deu para seus filhos, nas suas músicas favoritas, nos seus melhores amigos e até na roupa que esta manhã você escolheu usar.
Ainda estão em suas ações, nas suas conquistas e derrotas.
Estão inclusive em seu existir, lhe confundindo e fazendo você criar outros vícios, ainda mais sutis e perigosos.
Muitos dizem que “Vício é um hábito repetitivo que degenera ou causa prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem” - sendo assim, reflita:
O egoísmo e a falta de compaixão não são um vício?
A falta de amor ao próximo, não seria também?
E o hábito de julgar o modo de viver de seus irmãos?
Classificar a tudo e a todos como bons ou ruins?
A insistente mania de sempre querer levar vantagem sobre seu semelhantes?
Essa rebeldia e busca insana pela felicidade, que você simplesmente, não vê a sua volta....
... essa forçosa e louca missão de esperar, pela a chegada de uma paz, que você já tem.
Não existem vícios. Existe "O vício". O restante, é apenas estar ausente de si.
Esse vício fundamental é o pensamento. Pensar é seu único vício.
Assim é, pois você insiste em buscar libertação naquilo que lhe colocou você nesta prisão: Sua mente.
Será que ainda me amam? Será que um dia me amou?
Será que dará certo? Será que fiz errado?
E agora? E depois?
Será que me notam? Será que mereço?
Quando irei morrer? Como será o futuro?
E se...?
Quanto sofrimento; quanto julgamento.
Os "vícios clássicos" estão para as pessoas que a eles se apegaram, como para você está essa obsessão de a tudo querer controlar.
Você se machuca igual, prejudica aos outros e a si mesmo, e igualmente, de forma sistêmica, constante e em completa negação.
A diferença única é que algumas irmãos em determinado momento desse vício fundamental, se entregam a hábitos que mais rapidamente os levaram à loucura, enquanto você a controla com hábitos que decidiu serem normais.
Hábitos, que por serem socialmente aceitáveis, pois prejudicam inicialmente somente a você, são cruelmente tolerados e por isso deles, poucos recebem ajuda pra libertação: Como mentir por exemplo, dizendo que é "só pra relaxar... só pra descontrair... só dois por dia...só uma por dia... todo mundo é assim... eu paro quando quiser!"
Os vícios terminarão quando você entender de onde eles surgem e do que você os fez.
Terminam, quando você decidir não ser mais angústia e medo, e sim beleza, calma e tranquilidade.
Os vícios cessam, quando você decide ser aquilo que você sempre foi: Amor - pois você é o próprio amor quando não sente medo.
Os vícios terminam, quando você entender que não é ruim nem proibido desejar o que é certo.
A sua angústia vem do vício que você possui em desejar o que é errado e a ter medo das coisas corretas e de Deus.
Sua dificuldade em definir e entender o que é certo ou errado, também vem do vício de pensar confortavelmente, de que o certo é o que é bom para você, e errado o que lhe faz mal.
Reflita por apenas um instante - pois é o que você precisa para da ilusão se libertar - que o certo, é o que é bom para todos, e o errado o que é ruim para todos.
Faça isso com o coração alegre e com atenção, e você sentirá a paz de ter todas as suas convicções dissolvidas imediatamente, e a paz tomando conta de você.
Sentirá a paz, e entenderá como é bom descansar em Deus e quão maravilhoso e satisfatório, é o privilégio de nada precisar.
Bem-vindo a verdade. Bem-vindo à você.
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